Curso Online para Professores
Tema: Política Brasileira: História, Partidos e Democracia
Carga Horária: 120 horas
Objetivos do Curso
- Compreender a evolução histórica das instituições políticas do Brasil, desde o período colonial até a República.
- Analisar a formação, a ideologia e o funcionamento dos principais partidos políticos brasileiros.
- Explorar os diferentes sistemas de governo e suas consequências práticas para a governança e a representatividade.
- Refletir sobre os desafios contemporâneos da democracia no Brasil e propor estratégias para o fortalecimento da participação cidadã.
Estrutura de Módulos
Módulo 1: Raízes Históricas do Estado Brasileiro (10 h)
Descrição: Neste módulo, traçaremos a origem do Estado brasileiro, analisando o processo colonial, o período imperial e a transição para a república. Serão discutidos os fatores econômicos, sociais e culturais que moldaram nossas instituições políticas iniciais.
- Apresentação das capitanias hereditárias e o pacto colonial
- As Reformas Pombalinas e o impacto sobre o poder régio e a sociedade local
- O ciclo da mineração e as consequências para a administração colonial
- A Independência (1822) e a construção do Estado imperial brasileiro
Módulo 2: A República Velha e a Política dos Governadores (10 h)
Descrição: Foco no First Republic (1889–1930), destacando a política do café com leite, o coronelismo e as mobilizações sociais que culminaram na Revolução de 1930.
- Proclamação da República e institucionalização do novo regime
- A política dos governadores: oligarquias estaduais e manutenção do poder
- Coronelismo e prática do voto de cabresto
- Movimentos sociais e a crise que levou ao fim da República Velha
Módulo 3: Era Vargas e o Modelo de Estado Novo (10 h)
Descrição: Análise do período Vargas (1930–1945), suas políticas de industrialização e centralização do poder, bem como os desdobramentos da ditadura do Estado Novo.
- Ascensão de Getúlio Vargas e governos provisório e constitucional (1930–1937)
- Consolidação das leis trabalhistas e a criação da CLT
- Implantação do Estado Novo (1937–1945) e a censura política
- Fim do Estado Novo e o legado de Vargas para a política brasileira
Módulo 4: Redemocratização e “Populismo” Contemporâneo (20 h)
Descrição: Estudo do período pós-1945 até o golpe militar de 1964, com foco na alternância de poder, no surgimento de novas lideranças e na consolidação do populismo.
- Governo Dutra e as primeiras eleições diretas
- O retorno de Vargas em 1951 e seu projeto populista
- Juscelino Kubitschek, a “Jovem República” e o desenvolvimento acelerado
- Instabilidade política e social que antecedeu o golpe de 1964
Módulo 5: Ditadura Militar e Transição Democrática (20 h)
Descrição: Abordagem do regime autoritário (1964–1985), seus mecanismos de controle e repressão, e o processo de abertura política que restaurou a democracia.
- Implantação do AI-1 e AI-5: limites à liberdade política
- Resistência estudantil, sindical e dos movimentos civis
- Abertura lenta e gradual (“distensão”) e Diretas Já
- Eleição indireta de Tancredo Neves e promulgação da Constituição de 1988
Módulo 6: Partidos Políticos e Sistemas de Governo (20 h)
Descrição: Estudo aprofundado dos partidos atuais, suas correntes ideológicas, o funcionamento do sistema proporcional e majoritário, além das reformas políticas recentes.
- Panorama dos partidos brasileiros: origem e posicionamento (PT, PSDB, MDB etc.)
- Mecânica do sistema eleitoral proporcional e do distritão
- Reformas políticas: cláusula de desempenho e financiamento de campanhas
- Coalizões de governo e o presidencialismo de coalizão
Módulo 7: Desafios da Democracia no Século XXI (20 h)
Descrição: Reflexão sobre a crise de representatividade, o papel das redes sociais, a polarização política e as perspectivas para o fortalecimento da democracia no Brasil.
- Baixa confiança nas instituições e descrédito dos partidos
- Impacto das fake news e das bolhas digitais no debate público
- Movimentos de participação direta (referendos, plebiscitos, Orçamento Participativo)
- Propostas de inovação democrática e engajamento da juventude
Metodologia
- Textos Teóricos: Leituras dos módulos.
- Projeto Avaliativo (20 pts): Desenvolvimento de um dossiê pedagógico em que o professor elaborará um plano de aula ou oficina sobre um tema específico da política brasileira, incluindo objetivos, atividades e avaliação.
Módulo 1: Raízes Históricas do Estado Brasileiro
A formação do Estado brasileiro remonta ao período colonial, quando Portugal implementou as capitanias hereditárias e estabeleceu o pacto colonial. Esse sistema garantiu que a metrópole controlasse a economia local, privilegiando a exportação de produtos como açúcar e ouro. A centralização administrativa reforçou o poder régio e limitou a autonomia das colônias.
As Reformas Pombalinas, no século XVIII, trouxeram mudanças significativas, como a expulsão dos jesuítas e a reestruturação da administração colonial. Essas reformas buscavam fortalecer a influência da Coroa sobre o território, alterando a dinâmica política e econômica vigente. No entanto, elas geraram resistência entre elites locais e populações indígenas.
Com o ciclo da mineração, especialmente em Minas Gerais, houve um crescimento econômico expressivo, resultando na criação de novos impostos e órgãos administrativos. O controle estatal sobre a mineração era rigoroso, o que gerou insatisfação e contribuiu para movimentos como a Inconfidência Mineira. Esse período demonstrou os primeiros sinais de desejo por maior autonomia política.
A Independência do Brasil em 1822 consolidou a ruptura com Portugal e deu início ao Estado imperial. A estrutura governamental e as políticas econômicas continuaram a refletir aspectos do modelo colonial, embora houvesse esforços para construir uma identidade nacional própria. Essa fase foi crucial para a formação do sistema político brasileiro.
Módulo 2: A República Velha e a Política dos Governadores
Com a Proclamação da República em 1889, o Brasil adotou um novo regime, abandonando a monarquia e instituindo um governo baseado no presidencialismo. Entretanto, a política permaneceu dominada pelas elites agrárias, particularmente pelos grandes produtores de café e leite, conhecidos como a política do café com leite.
A chamada "política dos governadores" consolidou o domínio das oligarquias estaduais, que negociavam apoio político entre si e controlavam a distribuição de cargos públicos. Essa dinâmica resultou em uma estrutura política fechada, onde poucas famílias detinham o poder e impediam a participação efetiva da população na tomada de decisões.
O coronelismo, prática política caracterizada pela influência dos grandes proprietários rurais sobre a população, fortaleceu o voto de cabresto. Os eleitores eram pressionados a votar conforme as diretrizes do coronel local, o que reduzia a representatividade política e dificultava o avanço democrático. Essa prática prejudicava a transparência eleitoral e mantinha as elites no poder.
Com a crise econômica e social da década de 1920, movimentos contestatórios começaram a se fortalecer. A insatisfação popular culminou na Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas. Esse evento marcou o fim da República Velha e inaugurou um novo período político, centrado na modernização do Estado e na busca por maior intervenção governamental na economia.
Módulo 3: Era Vargas e o Modelo de Estado Novo
Getúlio Vargas assumiu o governo em 1930 com a promessa de transformar as estruturas políticas e econômicas do Brasil. Inicialmente, governou de forma provisória, buscando estabilizar o país e implementar políticas de industrialização. Seu governo constitucional, iniciado em 1934, tentou conciliar os interesses das elites com as demandas populares.
Durante esse período, foram criadas leis trabalhistas que garantiram direitos como salário mínimo, jornada de trabalho regulada e benefícios previdenciários. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), instituída em 1943, estruturou as relações entre empregadores e trabalhadores, fortalecendo o papel do Estado na mediação dos conflitos laborais.
Em 1937, Vargas instaurou o Estado Novo, uma ditadura que suspendeu liberdades políticas, centralizou o poder e implementou censura. A justificativa era a necessidade de garantir a ordem e impedir ameaças comunistas ou fascistas. No entanto, esse regime restringiu direitos fundamentais e eliminou a oposição política.
O Estado Novo chegou ao fim em 1945, após forte pressão por redemocratização. Vargas deixou um legado duradouro para a política brasileira, moldando a relação entre Estado e sociedade. Seu impacto continuou a influenciar governos posteriores, especialmente na construção de políticas sociais e econômicas.
Módulo 4: Redemocratização e Populismo Contemporâneo
Após o fim do Estado Novo, o Brasil passou por um período de redemocratização, iniciando com a eleição de Eurico Dutra em 1945. A nova constituição garantiu eleições diretas e fortaleceu as instituições republicanas. No entanto, os desafios políticos continuaram, com alternâncias de poder e disputas entre diferentes grupos políticos.
Em 1951, Vargas retornou ao poder com um governo populista, focado na ampliação dos direitos trabalhistas e na promoção da industrialização. Sua política econômica enfrentou forte oposição, especialmente dos setores empresariais e militares, o que culminou em uma crise política e no seu trágico suicídio em 1954.
O governo de Juscelino Kubitschek (1956–1961) ficou marcado pelo desenvolvimento acelerado e pela construção de Brasília. Seu plano de metas impulsionou a economia, mas também gerou endividamento e desafios estruturais. Apesar dos avanços, a instabilidade política aumentou, contribuindo para um cenário de crise.
A década de 1960 foi caracterizada por intensa polarização política e instabilidade econômica. O aumento das tensões sociais e a crescente influência militar levaram ao golpe de 1964, encerrando o período democrático e dando início à Ditadura Militar.
Módulo 5: Ditadura Militar e Transição Democrática
O golpe militar de 1964 instaurou um regime autoritário que restringiu direitos políticos e civis. O governo militar justificava sua ação como uma medida necessária para conter o avanço do comunismo e garantir a estabilidade econômica. No entanto, o período foi marcado pela censura, pela repressão política e pela violação de direitos humanos.
O Ato Institucional nº 5 (AI-5), promulgado em 1968, intensificou o caráter repressivo do regime ao permitir o fechamento do Congresso e a cassação de mandatos políticos. A oposição foi fortemente reprimida, e os movimentos estudantis e sindicais se tornaram alvos frequentes das ações do governo. A sociedade vivenciou um período de medo e censura, dificultando o debate democrático.
Na década de 1970, começou um processo de abertura política gradual, impulsionado por pressões internas e externas. O regime militar adotou a estratégia da "distensão lenta e gradual", buscando suavizar sua imagem internacional e evitar rupturas bruscas no sistema político. Movimentos como as Diretas Já, na década de 1980, mobilizaram a população para exigir eleições livres.
Em 1985, ocorreu a eleição indireta de Tancredo Neves, simbolizando o fim da ditadura e o retorno da democracia. A Constituição de 1988 consolidou os princípios democráticos, garantindo maior participação popular e restabelecendo direitos fundamentais. O período de transição foi essencial para a construção de um sistema político mais inclusivo e representativo.
Módulo 6: Partidos Políticos e Sistemas de Governo
Os partidos políticos brasileiros desempenham papel crucial na organização da democracia. Desde a redemocratização, diferentes legendas foram criadas, representando correntes ideológicas diversas. Entre os partidos mais relevantes estão PT, PSDB, MDB, entre outros, que influenciam o cenário político por meio de suas propostas e alianças.
O sistema eleitoral brasileiro combina o modelo proporcional e majoritário. Para eleições legislativas, adota-se o sistema proporcional, onde os votos são distribuídos conforme o número de cadeiras no parlamento. Já para o Executivo, utiliza-se o sistema majoritário, em que vence o candidato com maior número de votos. Essa estrutura influencia a dinâmica política e a formação de governos.
Nos últimos anos, diversas reformas políticas foram implementadas, como a cláusula de desempenho e novas regras para financiamento de campanhas. Essas mudanças buscam reduzir a fragmentação partidária e melhorar a transparência eleitoral, incentivando maior responsabilidade dos partidos na gestão pública.
Outro aspecto fundamental da política brasileira é o presidencialismo de coalizão. Esse modelo exige que o presidente negocie apoio com diferentes partidos para garantir governabilidade. Apesar de ser uma estratégia para manter estabilidade política, o sistema também gera desafios, como dificuldades na tomada de decisões e possíveis impasses legislativos.
Módulo 7: Desafios da Democracia no Século XXI
Nos últimos anos, a democracia brasileira tem enfrentado desafios significativos relacionados à representatividade e à confiança nas instituições. Muitos cidadãos demonstram descrença no sistema político, questionando a eficácia dos partidos e dos líderes eleitos. Esse cenário compromete a participação popular e enfraquece o debate democrático.
As redes sociais desempenham papel fundamental na política contemporânea, influenciando a formação de opinião pública e a disseminação de informações. No entanto, o crescimento das fake news e das bolhas digitais tem contribuído para a polarização política, dificultando o diálogo entre grupos com perspectivas diferentes. O uso responsável da internet é essencial para fortalecer a qualidade do debate público.
Em resposta à crise de representatividade, surgiram movimentos de participação direta, como referendos, plebiscitos e iniciativas de orçamento participativo. Essas estratégias buscam envolver os cidadãos na tomada de decisões e ampliar a influência popular sobre políticas governamentais. O engajamento da sociedade é fundamental para garantir um sistema democrático sólido.
Por fim, novas propostas para fortalecer a democracia incluem o investimento em educação política, a promoção do voto consciente e a criação de mecanismos de governança mais transparentes. A participação da juventude nesse processo é essencial, pois representa o futuro da democracia no Brasil. Fortalecer a cidadania é um dos principais desafios para garantir um governo mais justo e representativo.
Envio do Projeto Final
Olá, professor(a)!
Chegamos à etapa final do nosso curso. Agora é o momento de colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo dos módulos.
Nesta etapa, você deverá enviar seu Projeto Final, que pode ser um plano de aula, sequência didática, projeto interdisciplinar ou proposta de intervenção pedagógica com foco ao tema. O trabalho será avaliado com base nos seguintes critérios:
Clareza e objetividade da proposta;
Coerência com os conteúdos abordados no curso;
Viabilidade e aplicabilidade no contexto escolar;
Criatividade e compromisso com uma educação antirracista.
Orientações importantes:
O projeto deve estar em formato PDF ou Word (.doc/.docx);
O arquivo deve conter:
e-mail;
seu nome completo;
nome do curso;
carga horária;
escola (se houver) e município.
Esta atividade vale 20 pontos e é obrigatória para obtenção do certificado de conclusão.
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