Carga Horária Total: 120 horas
Texto e Leituras: 100 horas
Projeto Avaliativo: 20 horas
Objetivos do Curso
1. Compreender as especificidades históricas, sociais e políticas das periferias urbanas como espaços de poder e resistência.
2. Identificar e analisar formas de participação política institucional e comunitária nesses territórios.
3. Desenvolver projetos educativos voltados ao fortalecimento da cidadania e do protagonismo periférico.
4. Estimular reflexões críticas sobre desafios e potencialidades das lutas por direitos nas periferias urbanas.
Claro, vamos ao desenvolvimento completo dos módulos, com quatro blocos de texto por módulo, substituindo “parágrafo” por uma redação fluida.
Módulo 1: “Raízes e Memórias das Periferias”
Carga horária: 25h
1. As periferias urbanas surgiram a partir de processos de ocupação informal, quando populações em busca de moradia acessível se estabeleceram em áreas margeadas pela falta de infraestrutura. Essas ocupações refletiram, desde cedo, a exclusão social promovida por políticas públicas de habitação que privilegiavam áreas centrais. Ao longo das décadas, as intervenções oficiais frequentemente resultaram em loteamentos precários, sem acesso a saneamento básico ou transporte coletivo eficiente.
2. A ação do Estado nas periferias – por meio de programas de reassentamento ou de urbanização de favelas – acabou por reforçar desigualdades. Enquanto alguns projetos melhoraram condições de vida pontuais, muitos deixaram lacunas estruturais: ruas sem pavimentação, esgoto a céu aberto e ausência de equipamentos públicos. Esse legado histórico de segregação espacial segue marcando a paisagem urbana e as oportunidades de seus moradores.
3. No entanto, a periferia é também lugar de produção cultural intensa. As festas de bairro, marcadas por ritmos populares como samba, funk e forró, resistem ao apagamento simbólico, reforçando o sentimento de pertencimento. Nas paredes, o grafite narra histórias de luta e vitória, transformando ruas em galerias a céu aberto. Essas expressões são memórias vivas, que alimentam a autoestima coletiva e constroem narrativas alternativas às estigmatizações midiáticas.
4. Reconhecer essa trajetória é fundamental para legitimar as reivindicações por direitos. Ao valorizar as memórias e histórias locais, professores e ativistas podem fortalecer a autoestima comunitária e criar bases sólidas para movimentos sociais. Entender as raízes históricas permite também desenhar políticas mais justas e eficazes, que considerem a profundidade das desigualdades estruturais.
Módulo 2: “Formas de Participação Política”
Carga horária: 30h
1. A participação eleitoral nas periferias enfrenta barreiras diversas: dificuldades logísticas para acesso aos locais de votação, desinformação sobre direitos políticos e baixa representatividade de candidatos periféricos. Entender essas limitações ajuda a planejar ações de mobilização que ampliem a inclusão democrática, como caravanas de transporte até seções eleitorais e campanhas de esclarecimento sobre o processo de votação.
2. Conselhos municipais de saúde, educação e habitação podem ser portas de entrada para a voz comunitária no planejamento de políticas públicas. Esses fóruns, quando bem estruturados, permitem que moradores apresentem demandas diretamente a gestores. É importante conhecer o regimento interno de cada conselho, os canais de participação e as fases de deliberação para atuar de forma estratégica.
3. Além do circuito institucional, as periferias se organizam por meio de associações de moradores, cooperativas e coletivos culturais. Essas redes de solidariedade realizam mutirões de limpeza, reformas em espaços comunitários e eventos culturais que fortalecem laços locais. Ao mapear esses atores, professores podem articular parcerias que ampliem o alcance de projetos educacionais e de cidadania.
4. Hoje, ferramentas digitais como grupos de WhatsApp, páginas de Instagram e canais no YouTube têm papel central na mobilização política. A rápida disseminação de informações favorece a organização de protestos relâmpago, mobilizações em defesa de direitos e a criação de campanhas de crowdfunding para financiar iniciativas locais. Dominar essas tecnologias é crucial para conectar lideranças periféricas a públicos mais amplos.
Módulo 3: “Resistência e Lutas por Direitos”
Carga horária: 30h
1. As ocupações urbanas históricas, como aquelas registradas nas décadas de 1970 e 1980, nasceram da necessidade de moradia frente às remoções forçadas promovidas por grandes projetos urbanos. Essas primeiras lutas moldaram um repertório de resistência que, até hoje, inspira movimentos por habitação digna. Analisar relatos orais de moradores dessas gerações revela estratégias de negociação com o poder público e de autoproteção comunitária.
2. No tocante ao saneamento básico, mutirões de construção de fossas, campanhas de conscientização e protocolos de vigilância sanitária são organizados por ONGs e lideranças locais. Casos de sucesso demonstram que a mobilização comunitária pode pressionar governos locais a investir em tubulação, limpeza de córregos e instalação de redes de água tratada. Estudar esses exemplos fornece modelos de ação replicáveis em outros bairros.
3. A cultura periférica, por meio de batalhas de rap, rodas de capoeira e intervenções de grafite, funciona como forma de resistência simbólica. Esses eventos coletivos criam espaços seguros para expressão e crítica social, ao mesmo tempo em que desafiam estereótipos excludentes. Avaliar o impacto dessas práticas ajuda a compreender como a arte pode ser ferramenta política e educativa.
4. As parcerias entre movimentos periféricos e redes mais amplas – sejam estaduais, nacionais ou internacionais – ampliam a visibilidade de pautas locais. Organizações como a União Internacional de Habitação e a Rede Brasileira de Justiça Ambiental já se uniram a grupos de base para fortalecer campanhas. Conhecer os canais de articulação global abre possibilidades de cooperação e de captação de recursos.
Módulo 4: “Projetos Educativos e Protagonismo Comunitário”
Carga horária: 35h
1. Metodologias participativas, como rodas de conversa, mapeamento comunitário e oficinas colaborativas, colocam o aluno-periférico no centro do processo de aprendizagem. Professores são orientados a facilitar a escuta ativa e a co-criação de saberes, criando espaços de diálogo onde cada voz importa. Esses métodos valorizam o conhecimento local e fomentam o protagonismo.
2. A aprendizagem baseada em problemas (PBL) propõe que estudantes enfrentem desafios reais do território: falta de iluminação pública, ausência de área de lazer ou necessidade de hortas comunitárias. Ao formular hipóteses, pesquisar soluções e implementar ações práticas, os alunos desenvolvem competências de pesquisa, trabalho em equipe e responsabilidade social.
3. Para avaliar projetos comunitários, é recomendada a construção de rubricas que considerem originalidade das propostas, relevância social, engajamento dos participantes e impacto gerado. Indicadores quantitativos (número de participantes, horas de ação) e qualitativos (depoimentos, satisfação) devem ser combinados para uma visão completa dos resultados.
4. No projeto avaliativo de 20 pontos, cada professor deverá apresentar: diagnóstico da comunidade escolhida, plano de ação detalhado, cronograma realista e uma proposta de autoavaliação reflexiva. A entrega final inclui relatório narrativo das ações, registros fotográficos ou em vídeo e reflexões sobre desafios e aprendizados.
Envio do Projeto Final
Olá, professor(a)!
Chegamos à etapa final do nosso curso. Agora é o momento de colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo dos módulos.
Nesta etapa, você deverá enviar seu Projeto Final, que pode ser um plano de aula, sequência didática, projeto interdisciplinar ou proposta de intervenção pedagógica com foco ao tema. O trabalho será avaliado com base nos seguintes critérios:
Clareza e objetividade da proposta;
Coerência com os conteúdos abordados no curso;
Viabilidade e aplicabilidade no contexto escolar;
Criatividade e compromisso com uma educação antirracista.
Orientações importantes:
O projeto deve estar em formato PDF ou Word (.doc/.docx);
O arquivo deve conter:
e-mail;
seu nome completo;
nome do curso;
carga horária;
escola (se houver) e município.
Esta atividade vale 20 pontos e é obrigatória para obtenção do certificado de conclusão.
Preencha o formulário abaixo com seus dados e anexe o seu projeto:
Caso tenha dúvidas, entre em contato com a equipe pedagógica pelo e-mail: eduplaycursos@gmail.com.
Agradecemos sua dedicação ao longo do curso. Seu compromisso com a educação faz toda a diferença!
Atenciosamente,
Equipe de Formação
EDU PLAY CURSOS