Educação Popular e Práticas Transformadoras – Caminhos para uma Docência Emancipadora
Carga Horária Total: 120 horas
Objetivos do Curso:
- Compreender os fundamentos da Educação Popular à luz do pensamento de Paulo Freire.
- Identificar e aplicar práticas pedagógicas transformadoras no contexto da educação básica e superior.
- Desenvolver projetos educativos baseados no protagonismo dos estudantes e na escuta ativa das comunidades.
- Refletir criticamente sobre o papel social do educador na luta por justiça social e equidade.
Metodologia:
O curso será ofertado integralmente online, com textos teóricos e práticos que possibilitam a imersão crítica no conteúdo. Ao final de cada módulo, será proposto um desafio reflexivo. A avaliação será realizada por meio da elaboração de um projeto pedagógico transformador, que valerá 20 pontos e será construído progressivamente ao longo das atividades.
Módulo 1: Paulo Freire e os Fundamentos da Educação Popular
A educação proposta por Paulo Freire rompe com a concepção tradicional bancária e propõe uma pedagogia dialógica. Neste módulo, os professores participantes serão convidados a mergulhar nos principais conceitos freireanos, como a conscientização, o diálogo e a pedagogia do oprimido. A ideia é compreender que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção.
Serão exploradas as experiências históricas da Educação Popular no Brasil, contextualizando sua relação com movimentos sociais e políticas públicas. Essa base teórica é fundamental para que se reconheça a escola como espaço de resistência, criação e libertação. A partir disso, o educador se reconhece como sujeito político, capaz de intervir nas estruturas sociais injustas.
Discutiremos a importância da escuta ativa e da valorização dos saberes populares, reconhecendo a pluralidade cultural e epistemológica dos territórios educativos. Freire ensina que é no diálogo com o outro que nos formamos e nos transformamos. Assim, o respeito à cultura do educando é princípio ético e metodológico.
Os participantes terão acesso a textos clássicos de Freire, além de análises contemporâneas que ressignificam suas ideias frente aos desafios da educação atual. Esse módulo base será o alicerce para o aprofundamento nos demais temas, articulando teoria e prática com vistas à transformação social.
Módulo 2: Práticas Pedagógicas Emancipadoras na Sala de Aula
Neste módulo, serão apresentadas práticas pedagógicas que rompem com a lógica autoritária da transmissão de conteúdos e valorizam a construção coletiva do saber. A escola será compreendida como um território de escuta, diálogo e ação. O protagonismo dos estudantes será o eixo central das estratégias discutidas.
Exemplos de metodologias ativas, como rodas de conversa, assembleias escolares, projetos interdisciplinares e oficinas colaborativas, serão estudados e analisados. A intenção é ampliar o repertório dos professores para que consigam atuar com mais autonomia e criticidade em seus contextos.
A importância de contextualizar os conteúdos escolares à realidade dos alunos será abordada com profundidade. Isso inclui o mapeamento das necessidades locais, a incorporação de saberes comunitários e o estímulo ao pensamento crítico. A sala de aula deixa de ser neutra e torna-se espaço de intervenção no mundo.
Também será trabalhada a noção de currículo emancipador, em que os temas geradores se alinham às vivências dos estudantes e provocam reflexões sobre suas condições de existência. O papel do professor é o de mediador consciente, que promove o empoderamento por meio da educação.
Módulo 3: Educação e Justiça Social: Desigualdades, Resistência e Esperança
Neste módulo, o foco recairá sobre as relações entre educação e desigualdades sociais. Serão abordadas as múltiplas formas de exclusão escolar, como o racismo, o machismo, a homofobia e a marginalização de povos indígenas e quilombolas. A escola, nesse cenário, precisa ser espaço de denúncia e anúncio de uma nova sociedade.
Será apresentada a atuação de movimentos sociais, ONGs e coletivos que constroem práticas educativas transformadoras fora do sistema formal de ensino. A educação, portanto, ultrapassa os muros da escola e se realiza nas comunidades, nas ocupações, nas periferias e nos campos.
A esperança, conceito caro à pedagogia freireana, será discutida como atitude revolucionária. Não se trata de um otimismo ingênuo, mas de uma aposta na potência do humano em resistir e transformar. Nesse sentido, o professor é também um agente político da esperança.
Refletiremos sobre como a educação pode se constituir como ato de amor, coragem e compromisso com os excluídos. Para isso, serão apresentadas experiências reais que inspiram e desafiam os educadores a reverem suas práticas e se engajarem ativamente na construção de um mundo mais justo.
Módulo 4: Saberes Populares, Cultura e Interculturalidade
A diversidade cultural será abordada como riqueza pedagógica. Este módulo convida os participantes a reconhecer e valorizar os saberes populares presentes em seus territórios de atuação. A cultura não deve ser vista como um apêndice do currículo, mas como seu componente estruturante.
A educação popular se constitui na escuta e na valorização das histórias, ritos, línguas, danças, culinárias e outras expressões dos povos. Assim, será debatida a importância da interculturalidade, especialmente em contextos escolares com presença indígena, quilombola, ribeirinha e migrante.
O enfrentamento ao epistemicídio – a negação dos saberes não hegemônicos – será discutido com base em autores que dialogam com Freire, como Boaventura de Sousa Santos, bell hooks e Nilma Lino Gomes. O currículo precisa se abrir ao mundo e reconhecer a multiplicidade de vozes.
Exercícios práticos ajudarão os professores a incorporar os saberes populares em seus planejamentos e projetos didáticos, tornando a escola mais conectada à vida. Ao reconhecer os saberes dos educandos, o educador também amplia sua própria formação e visão de mundo.
Módulo 5: Projeto Pedagógico Transformador – Da Teoria à Prática
Este módulo final é dedicado à construção do projeto pedagógico transformador. Os professores participantes serão orientados a sistematizar uma proposta educativa fundamentada nos princípios da Educação Popular e nas práticas emancipadoras estudadas.
O projeto deverá responder a uma necessidade concreta de sua realidade escolar ou comunitária. Pode ser a criação de uma horta escolar, um cineclube, um podcast com histórias locais, uma rádio comunitária ou qualquer ação que promova o protagonismo dos estudantes e o diálogo com a comunidade.
Serão discutidos os elementos essenciais para a elaboração de um projeto coerente, como diagnóstico da realidade, definição de objetivos, metodologia participativa, cronograma e formas de avaliação. A escuta dos envolvidos será incentivada desde o início da proposta.
Ao final, os participantes apresentarão seus projetos em formato escrito, podendo incluir vídeos, fotos ou outros materiais que documentem o processo. Essa produção será avaliada com base nos critérios de coerência teórica, relevância social, viabilidade e inovação pedagógica.
Artigo de Abertura do Curso: Educação Popular e a Urgência da Transformação
Vivemos tempos de grandes desafios educacionais e sociais. A exclusão, a desigualdade e a desvalorização do magistério nos impõem a urgência de pensar outra forma de educar. Frente a esse cenário, a Educação Popular surge como uma proposta potente, crítica e necessária, capaz de transformar vidas e realidades. Inspirado por Paulo Freire, este curso busca oferecer aos professores ferramentas para uma prática pedagógica emancipadora e enraizada na escuta, no respeito e na construção coletiva do saber.
A formação docente não pode se limitar à técnica ou à repetição de conteúdos. É preciso formar educadores conscientes de seu papel social, capazes de dialogar com as comunidades, reconhecer os saberes populares e atuar como mediadores entre o conhecimento científico e a vida cotidiana. A Educação Popular, nesse sentido, não é uma alternativa periférica, mas um caminho para o centro da ação educativa transformadora.
Este curso se propõe a ser uma experiência formativa rica, profunda e afetiva. Ao longo dos cinco módulos, vamos percorrer os fundamentos da pedagogia freireana, conhecer práticas que transformam salas de aula e territórios, refletir sobre justiça social e desenvolver projetos que nascem da realidade vivida pelos nossos alunos. Cada educador que participa desta jornada é chamado a ser também um semeador de futuros possíveis.
Ao final do curso, esperamos que cada professor se reconheça como sujeito político, construtor de esperança e mobilizador de práticas que libertam. Mais do que cumprir uma carga horária, trata-se de construir sentidos, relações e aprendizagens que reverberem para além da formação. Afinal, como dizia Paulo Freire, “a educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. E as pessoas transformam o mundo.”
Módulo 1: Paulo Freire e os Fundamentos da Educação Popular
A Educação Popular nasce do desejo profundo de mudança social e da crença na capacidade transformadora do ser humano. Paulo Freire, considerado o maior expoente dessa perspectiva, propôs uma educação dialógica, crítica e libertadora. Ele rompeu com o modelo bancário de ensino, no qual o aluno é visto como receptor passivo, defendendo, em seu lugar, uma prática pedagógica que coloca o educando como sujeito ativo do processo de aprendizagem.
O conceito de conscientização (ou "conscientização") é central em Freire. Trata-se do processo pelo qual o indivíduo percebe sua realidade social de forma crítica e se posiciona diante dela, buscando transformá-la. A educação, portanto, deixa de ser neutra: ela pode oprimir ou libertar. Ao educar para a consciência, os professores tornam-se agentes de mudança social, superando a mera reprodução do status quo.
Freire também destaca a importância do diálogo como método pedagógico. O diálogo verdadeiro exige escuta, respeito e reconhecimento do outro como sujeito. O educador popular não impõe verdades: ele constrói sentidos em parceria com os educandos. Essa prática rompe com a hierarquia tradicional entre professor e aluno, valorizando os saberes de todos os envolvidos no processo educativo.
Outro ponto central é a pedagogia do oprimido, na qual o educador trabalha ao lado dos marginalizados, não em seu lugar. Isso exige sensibilidade política e ética, além de um profundo compromisso com a transformação social. A educação, nesse contexto, é inseparável da luta por justiça, equidade e direitos humanos. Ensinar é um ato político e ético.
Ao final deste módulo, os participantes compreenderão que a Educação Popular não é um método fechado, mas uma postura diante da vida, do outro e da prática educativa. Freire nos convida a sermos educadores comprometidos com a libertação e a dignidade dos povos, reconhecendo que ninguém educa ninguém sozinho: educamo-nos em comunhão, na busca por um mundo melhor.
Módulo 2: Práticas Pedagógicas Emancipadoras na Sala de Aula
A prática emancipadora começa com a escuta sensível do contexto dos educandos. Conhecer suas histórias, territórios, angústias e sonhos é o primeiro passo para uma educação significativa. O professor que deseja romper com práticas tradicionais precisa ver o aluno como sujeito histórico, com saberes próprios e potencial de transformação. A escuta ativa é mais do que uma técnica: é uma atitude pedagógica essencial.
Metodologias ativas, como projetos interdisciplinares, oficinas colaborativas, rodas de conversa e assembleias escolares, são ferramentas poderosas quando aplicadas com intencionalidade pedagógica. Essas estratégias favorecem a participação, a autoria e a criticidade dos estudantes. Elas também ampliam a autonomia e estimulam o trabalho em grupo, habilidades fundamentais para a vida em sociedade.
A interdisciplinaridade fortalece a visão de mundo dos alunos ao integrar diferentes áreas do conhecimento com temas da realidade. Trabalhar com temas geradores — como meio ambiente, desigualdade, racismo e saúde — ajuda os estudantes a compreenderem os conteúdos escolares de forma aplicada e crítica. A sala de aula deixa de ser um local de reprodução e se torna um espaço de reflexão e ação.
O papel do professor, nessa perspectiva, é o de mediador da aprendizagem. Ele não é o centro do processo, mas aquele que instiga, provoca, problematiza. Sua tarefa é criar situações de aprendizagem nas quais os estudantes possam investigar, experimentar, propor soluções e se posicionar. O educador se torna parceiro do aluno na construção do conhecimento.
Ao final deste módulo, os professores terão contato com experiências concretas de práticas emancipadoras e serão convidados a experimentar novas formas de planejar e conduzir suas aulas. A prática docente precisa ser constantemente reinventada, e essa reinvenção só é possível a partir da escuta do outro, do compromisso com a justiça e da abertura ao diálogo.
Módulo 3: Educação e Justiça Social: Desigualdades, Resistência e Esperança
A educação não ocorre em um vácuo social. As desigualdades econômicas, raciais, de gênero e territoriais atravessam as escolas e impactam diretamente o processo de aprendizagem. Reconhecer essas desigualdades é o primeiro passo para combatê-las. A escola precisa ser um espaço de acolhimento, valorização e resistência, especialmente para os estudantes mais vulneráveis.
O racismo estrutural, o machismo, a LGBTQIAPN+fobia e a exclusão de povos indígenas e quilombolas precisam ser enfrentados com seriedade. O currículo escolar deve ser revisado à luz de uma educação antirracista e inclusiva, que respeite a diversidade e promova o diálogo entre culturas. A luta por justiça social exige um compromisso coletivo com a equidade e a dignidade humana.
Neste módulo, também será discutido o papel dos movimentos sociais e da sociedade civil na construção de práticas educativas fora da escola tradicional. Experiências como cursinhos populares, coletivos culturais, rádios comunitárias e projetos de educação de jovens e adultos revelam o poder da Educação Popular em contextos de resistência e mobilização.
Inspirados por Paulo Freire, os educadores populares acreditam na esperança como motor da transformação. Esperança, aqui, não é passividade, mas ação. É a capacidade de sonhar e lutar por um mundo mais justo. Em tempos de desânimo e ataques à educação pública, a esperança se torna um ato político radical. O educador é chamado a cultivar essa esperança no cotidiano escolar.
Ao final deste módulo, os participantes serão convidados a refletir sobre o seu papel na luta contra as desigualdades e sobre como suas práticas podem contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. A educação é, antes de tudo, um compromisso ético com a vida e com o futuro coletivo.
Módulo 4: Saberes Populares, Cultura e Interculturalidade
A escola, muitas vezes, distancia-se da realidade dos estudantes ao desconsiderar seus saberes e culturas. A Educação Popular, ao contrário, reconhece que todos os sujeitos aprendem e ensinam a partir de sua história, de sua cultura e de suas experiências. Este módulo convida os professores a valorizar os saberes populares como fonte legítima de conhecimento.
A cultura está presente em todos os espaços: na fala, na comida, na música, nos gestos e nas tradições. Quando o currículo não reconhece essa riqueza, ele produz exclusão simbólica. É necessário criar pontes entre o conhecimento escolar e os saberes das comunidades. Isso amplia o sentido da aprendizagem e fortalece a identidade dos estudantes.
Será abordada a noção de interculturalidade crítica, que não se limita à celebração da diversidade, mas busca o diálogo entre diferentes formas de ver e viver o mundo. Em contextos como os das escolas indígenas, quilombolas e do campo, essa abordagem se torna ainda mais urgente. A interculturalidade exige respeito, escuta e disposição para a convivência com o diferente.
Também será discutido o epistemicídio, ou seja, o apagamento dos saberes não hegemônicos. A Educação Popular é uma forma de resistência a esse apagamento, pois valoriza as vozes historicamente silenciadas. Incorporar os saberes populares ao currículo não é uma concessão, mas um ato de justiça epistêmica.
Ao final deste módulo, os professores terão subsídios para planejar atividades pedagógicas que dialoguem com a cultura local, promovam a escuta das famílias e fortaleçam os vínculos entre escola e comunidade. Quando a escola reconhece o território em que está inserida, ela se torna mais viva, mais justa e mais significativa.
Módulo 5: Projeto Pedagógico Transformador – Da Teoria à Prática
Este módulo final é o espaço para transformar a teoria em ação concreta. Cada participante será orientado a elaborar um projeto pedagógico transformador que possa ser aplicado em sua realidade escolar. O projeto deve partir de uma necessidade identificada na escola ou na comunidade e buscar soluções educativas criativas, dialógicas e participativas.
A construção do projeto passa por etapas como diagnóstico do contexto, definição de objetivos, escolha de metodologia, planejamento das ações e formas de avaliação. Cada educador deverá realizar uma escuta atenta da comunidade escolar, envolvendo estudantes, famílias, colegas e gestores na concepção do projeto. A Educação Popular é, acima de tudo, uma construção coletiva.
Serão incentivadas propostas como hortas escolares, cineclubes, rodas de leitura, projetos de história oral, exposições culturais, rádios comunitárias ou ações de valorização da identidade local. O importante é que a proposta contribua para a emancipação dos sujeitos envolvidos e que esteja alinhada com os princípios discutidos ao longo do curso.
Durante este módulo, os participantes receberão orientações técnicas e pedagógicas para a escrita do projeto, bem como feedbacks construtivos dos colegas e tutores. A troca de experiências será parte fundamental do processo. O projeto final, com valor de 20 pontos, será entregue como requisito para a conclusão do curso.
Ao encerrar esta jornada, o professor não será mais o mesmo: terá ampliado sua visão crítica, fortalecido seu compromisso ético e adquirido ferramentas para transformar sua prática. A educação libertadora não se esgota no discurso: ela se realiza na ação cotidiana de quem acredita que um outro mundo é possível — e começa na escola.
Envio do Projeto Final
Olá, professor(a)!
Chegamos à etapa final do nosso curso. Agora é o momento de colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo dos módulos.
Nesta etapa, você deverá enviar seu Projeto Final, que pode ser um plano de aula, sequência didática, projeto interdisciplinar ou proposta de intervenção pedagógica com foco ao tema. O trabalho será avaliado com base nos seguintes critérios:
Clareza e objetividade da proposta;
Coerência com os conteúdos abordados no curso;
Viabilidade e aplicabilidade no contexto escolar;
Criatividade e compromisso com uma educação antirracista.
Orientações importantes:
O projeto deve estar em formato PDF ou Word (.doc/.docx);
O arquivo deve conter:
e-mail;
seu nome completo;
nome do curso;
carga horária;
escola (se houver) e município.
Esta atividade vale 20 pontos e é obrigatória para obtenção do certificado de conclusão.
Preencha o formulário abaixo com seus dados e anexe o seu projeto:
Caso tenha dúvidas, entre em contato com a equipe pedagógica pelo e-mail: eduplaycursos@gmail.com.
Agradecemos sua dedicação ao longo do curso. Seu compromisso com a educação faz toda a diferença!
Atenciosamente,
Equipe de Formação
EDU PLAY CURSOS