Educação Antirracista: Teoria e Prática em Sala de Aula




Curso Online: Educação Antirracista: Teoria e Prática em Sala de Aula

Apresentação

Educar contra o racismo é um compromisso ético e social. Este curso foi desenvolvido especialmente para professores que desejam compreender as raízes históricas do racismo, reconhecer suas manifestações no ambiente escolar e atuar de forma consciente e transformadora. Ao longo do curso, serão apresentados fundamentos teóricos e estratégias pedagógicas práticas para a construção de uma educação verdadeiramente antirracista, inclusiva e comprometida com os direitos humanos.


Objetivo Geral

Capacitar professores para compreender, identificar e combater o racismo nas práticas escolares, desenvolvendo ações educativas que promovam a equidade racial e valorizem a diversidade étnico-racial no ambiente educacional.

Objetivos Específicos

  • Compreender as raízes históricas e sociais do racismo no Brasil.
  • Identificar as formas de racismo presentes no cotidiano escolar.
  • Analisar o papel do educador na promoção de uma educação antirracista.
  • Elaborar e aplicar práticas pedagógicas inclusivas e transformadoras.
  • Promover a valorização das identidades negras e indígenas na escola.

Carga Horária

Carga horária total: 120 horas
Formato: 100% online
Metodologia: Textos explicativos, leituras complementares, estudos de caso, questões reflexivas e objetivas, além de uma atividade avaliativa final prática.


Estrutura do Curso

Módulo 1 – Raízes do Racismo no Brasil: História e Formação Social (20h)
Neste módulo, será feito um resgate histórico da colonização e da escravidão, relacionando esses períodos à construção do racismo estrutural no país. A ideia de “democracia racial” será analisada criticamente, evidenciando seus impactos nas desigualdades atuais.

Módulo 2 – Racismo Estrutural e Cotidiano Escolar (15h)
A escola, como espaço social, pode tanto reproduzir quanto combater o racismo. Este módulo propõe uma reflexão sobre como o racismo se manifesta nas relações escolares, nas práticas pedagógicas e na gestão educacional.

Módulo 3 – Marcos Legais e Políticas Públicas para a Educação Antirracista (15h)
Serão apresentadas e discutidas as principais legislações e políticas públicas voltadas à educação das relações étnico-raciais, como as Leis 10.639/03 e 11.645/08, além da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e diretrizes antidiscriminatórias.

Módulo 4 – Currículo, Identidade e Representatividade (20h)
Este módulo convida à reflexão sobre o currículo escolar e sua capacidade de inclusão ou exclusão de identidades. Serão discutidas propostas curriculares que valorizem as culturas afro-brasileira e indígena, promovendo o sentimento de pertencimento.

Módulo 5 – Práticas Pedagógicas Antirracistas (20h)
Apresentação de estratégias e metodologias que podem ser aplicadas em sala de aula, com foco em projetos interdisciplinares, uso de literatura afro e indígena, narrativas visuais, jogos e outras formas de expressão cultural.

Módulo 6 – Formação Docente e Compromisso Ético (15h)
Reflexão sobre o papel do educador na luta contra o racismo. Este módulo trata da importância da formação continuada, da postura ética e do compromisso com a construção de uma escola democrática e plural.

Módulo 7 – Elaboração de Projetos Antirracistas na Escola (15h)
Neste módulo final, o cursista será convidado a planejar ações concretas em sua escola, como eventos temáticos, oficinas, rodas de conversa e parcerias com comunidades e instituições que valorizam a cultura afro-brasileira e indígena.


Atividade Avaliativa Final – Projeto Prático (20 pontos)

Proposta:
Você deverá elaborar um projeto pedagógico com foco em práticas antirracistas, aplicável à sua realidade escolar. A proposta será avaliada com base em critérios objetivos e deverá evidenciar o domínio dos conteúdos estudados ao longo do curso.

Estrutura obrigatória do projeto:

  • Título
  • Justificativa contextualizada
  • Objetivo geral e objetivos específicos
  • Público-alvo
  • Metodologia (como será implementado)
  • Recursos necessários
  • Cronograma de execução
  • Estratégias de avaliação

Critérios de Avaliação:

  • Clareza e organização do projeto (4 pontos)
  • Adequação ao tema e à realidade escolar (4 pontos)
  • Criatividade e inovação (4 pontos)
  • Coerência metodológica e viabilidade (4 pontos)
  • Integração com os conteúdos do curso (4 pontos)


Módulo 1 – Raízes do Racismo no Brasil: História e Formação Social (20h)

A história do racismo no Brasil está profundamente entrelaçada com os processos de colonização e escravidão. Desde o século XVI, milhões de africanos foram trazidos para o país como mão de obra escravizada, sendo desumanizados e privados de seus direitos básicos. Esse legado deixou marcas profundas na sociedade brasileira, que ainda hoje se reflete nas desigualdades raciais. Para compreender o racismo atual, é imprescindível entender como ele foi construído ao longo do tempo.

Durante o período colonial, o discurso da inferioridade racial foi utilizado para justificar a escravidão. Essa visão foi sendo reforçada por teorias pseudocientíficas no século XIX, que tentavam legitimar a desigualdade entre raças. Após a abolição da escravidão, em 1888, o Estado brasileiro não promoveu políticas de inclusão ou reparação, o que contribuiu para a marginalização da população negra.

A ideia de “democracia racial”, popularizada no século XX, reforçou um mito de que não havia racismo no Brasil. No entanto, essa narrativa mascarou as desigualdades existentes, impedindo a construção de políticas públicas efetivas para combater a discriminação. Hoje, os estudos sociais e historiográficos têm desconstruído esse mito, revelando as práticas institucionais e estruturais que sustentam o racismo.

Este módulo busca apresentar uma perspectiva crítica da formação social brasileira, enfocando a exclusão sistemática da população negra e indígena. Ao compreendermos os alicerces do racismo no país, torna-se possível pensar estratégias para enfrentá-lo, especialmente no contexto escolar, onde muitas dessas desigualdades se reproduzem silenciosamente.

Por meio de textos-base, vídeos documentais e questionamentos reflexivos, este módulo propõe uma análise histórica comprometida com a verdade e a justiça social. Professores serão convidados a repensar o ensino da História do Brasil de forma mais inclusiva e representativa, desconstruindo estereótipos e promovendo o respeito às origens afro-brasileiras e indígenas.



Módulo 2 – Racismo Estrutural e Cotidiano Escolar (15h)

O conceito de racismo estrutural nos ajuda a compreender como o preconceito racial está enraizado nas instituições sociais, incluindo a escola. No ambiente escolar, o racismo pode se manifestar de forma explícita ou sutil, influenciando a maneira como estudantes são avaliados, disciplinados e representados nos conteúdos pedagógicos. Muitas vezes, essas práticas são reproduzidas inconscientemente pelos próprios educadores.

Este módulo propõe uma reflexão sobre os mecanismos cotidianos que perpetuam o racismo nas escolas. A ausência de referências positivas sobre a cultura negra e indígena no material didático, a baixa representatividade entre os professores, e as expectativas diferenciadas em relação ao desempenho dos alunos são exemplos de como o preconceito se manifesta nas entrelinhas da prática docente.

Também é fundamental considerar o impacto psicológico do racismo na trajetória dos estudantes. A negação da identidade e o silenciamento da cultura de origem podem gerar baixa autoestima, evasão escolar e resistência ao ambiente educativo. Por isso, é papel da escola construir um espaço acolhedor, onde todos os alunos se sintam pertencentes e valorizados.

Ao identificar as formas sutis e diretas do racismo escolar, o professor poderá adotar atitudes proativas para combatê-lo. Isso inclui a criação de ambientes de escuta, a valorização de saberes diversos e o compromisso com uma educação antidiscriminatória. A escuta ativa e o reconhecimento das diferentes realidades dos alunos são pontos centrais para essa transformação.

A partir de estudos de caso e relatos reais, os professores serão convidados a analisar criticamente suas práticas e o funcionamento das instituições onde atuam. Este módulo visa promover a autorreflexão, o diálogo e a empatia como caminhos para uma escola mais justa, inclusiva e antirracista.



Módulo 3 – Marcos Legais e Políticas Públicas para a Educação Antirracista (15h)

A construção de uma educação antirracista no Brasil também depende do conhecimento e da aplicação dos marcos legais que amparam essa prática. Leis como a 10.639/03 e a 11.645/08 tornaram obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena nas escolas de educação básica. No entanto, muitos educadores ainda desconhecem ou subutilizam esses instrumentos.

Este módulo apresenta os principais documentos legais que orientam a educação antirracista no Brasil. Além das leis já mencionadas, serão abordadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelece competências voltadas à valorização da diversidade cultural e ao combate ao preconceito.

A efetividade dessas leis depende da formação dos professores e da mobilização das equipes gestoras. Sem compreensão e engajamento, as exigências legais se tornam apenas discursos simbólicos. Por isso, é fundamental que os educadores conheçam seus direitos e deveres no que se refere à promoção da igualdade racial.

Neste módulo, será possível analisar como esses marcos legais podem ser traduzidos em práticas pedagógicas concretas. A elaboração de planos de aula, projetos escolares e ações comunitárias deve estar alinhada com os princípios legais, garantindo que a educação antirracista não seja pontual, mas sim estruturante.

Por meio de leitura de legislações, vídeos explicativos e propostas práticas, o cursista compreenderá que os marcos legais não são obstáculos burocráticos, mas ferramentas essenciais para a construção de uma escola democrática e inclusiva. Ao final, o professor estará mais preparado para atuar em conformidade com os direitos humanos e a legislação educacional vigente.


Módulo 4 – Representatividade e Currículo: Descolonizando Saberes (20h)

O currículo escolar tradicional tem sido historicamente centrado em uma perspectiva eurocêntrica, invisibilizando ou marginalizando os saberes, culturas e histórias dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas. Essa exclusão contribui para a construção de estereótipos e para a manutenção de desigualdades no ambiente escolar. A descolonização do currículo é, portanto, uma etapa essencial na luta antirracista.

Descolonizar o currículo significa rever conteúdos, autores e abordagens com o objetivo de ampliar as vozes representadas no processo educativo. Ao incluir produções intelectuais negras e indígenas, o professor promove uma ampliação do repertório cultural dos alunos e valoriza a diversidade como um valor pedagógico e ético. Isso favorece o desenvolvimento de uma consciência crítica nos estudantes.

A representatividade nos materiais didáticos e nas práticas pedagógicas deve ir além das datas comemorativas. A presença de autores negros e indígenas, de lideranças femininas e de diferentes manifestações culturais precisa ser constante. É preciso romper com a ideia de que o conhecimento válido é apenas aquele produzido nas universidades ocidentais e incluir as epistemologias do sul e saberes tradicionais no cotidiano escolar.

Neste módulo, os professores serão provocados a identificar lacunas e distorções em seus próprios currículos e a propor caminhos para ressignificá-los. Serão apresentados exemplos de práticas pedagógicas que promovem a representatividade de forma integrada e crítica, como sequências didáticas temáticas, rodas de leitura e estudos de caso com protagonismo negro e indígena.

Por meio de leituras analíticas, debates e criação de propostas curriculares, o educador será estimulado a reconstruir seu olhar sobre o que ensinar, como ensinar e para quem ensinar. Descolonizar o currículo é um passo decisivo para romper com as estruturas racistas da educação e construir um espaço mais justo, plural e transformador.



Módulo 5 – Estratégias Pedagógicas Antirracistas (15h)

A prática antirracista na sala de aula não se limita a discursos ou intenções, mas requer planejamento, ação e compromisso. É preciso criar estratégias pedagógicas que enfrentem o racismo de forma direta, sem medo de nomeá-lo, e que promovam a valorização da identidade dos alunos. Essas estratégias envolvem a escolha consciente de conteúdos, metodologias e formas de avaliação.

A abordagem antirracista deve estar presente em todas as disciplinas e não apenas nas áreas de Ciências Humanas. É possível, por exemplo, discutir racismo estrutural na Matemática ao abordar estatísticas sociais; trabalhar literatura negra na Língua Portuguesa; ou tratar da contribuição dos povos africanos nas Ciências e na Filosofia. A transversalidade é uma das chaves para o sucesso da prática pedagógica inclusiva.

Além disso, o uso de recursos como filmes, músicas, podcasts, livros e jogos com protagonismo negro e indígena pode tornar a aprendizagem mais significativa e afetiva. A criação de espaços de diálogo, como rodas de conversa e oficinas culturais, também é essencial para promover o pertencimento e a escuta ativa entre os estudantes.

Neste módulo, o professor será convidado a construir planos de aula que articulem conteúdo, metodologia e intencionalidade antirracista. Serão fornecidos modelos, roteiros e sugestões práticas para inspirar o planejamento pedagógico. O foco está em proporcionar experiências formativas que contribuam para a construção de sujeitos críticos e conscientes.

A metodologia proposta valoriza a autonomia do educador, reconhecendo que cada contexto escolar tem suas especificidades. O importante é que, com criatividade e responsabilidade, o professor se torne um agente transformador, capaz de romper com práticas discriminatórias e construir um ambiente mais justo para todos os estudantes.


Módulo 6 – Práticas de Escuta, Afetividade e Mediação de Conflitos Raciais (15h)

A escola precisa ser um espaço de acolhimento, escuta e diálogo, especialmente quando se trata de conflitos relacionados ao racismo. Muitos estudantes vivenciam situações de discriminação que, se não forem devidamente acolhidas, podem gerar traumas e afastamento da vida escolar. Saber escutar, mediar e apoiar é parte essencial do papel do educador antirracista.

A escuta ativa é uma ferramenta pedagógica poderosa. Envolve atenção, empatia e disposição para compreender o ponto de vista do outro sem julgamentos. Ao validar a dor e as experiências dos alunos vítimas de racismo, o professor fortalece vínculos e contribui para a construção de um ambiente mais seguro e inclusivo.

Ao mesmo tempo, é necessário que a escola desenvolva estratégias de mediação que não reproduzam a lógica punitivista. O foco deve estar na reparação, no reconhecimento do erro e no compromisso com a mudança de postura. Isso exige preparo e sensibilidade dos educadores e da gestão escolar, que precisam trabalhar em equipe e com apoio de especialistas, quando possível.

Este módulo apresenta ferramentas e dinâmicas de escuta, atividades de construção coletiva e práticas restaurativas. Também serão abordadas situações reais de conflito e propostas de encaminhamento pedagógico. A ideia é oferecer suporte prático para que os professores se sintam seguros e respaldados ao enfrentar essas situações.

O desenvolvimento da afetividade e da empatia na relação educativa é fundamental para romper com as barreiras da indiferença e do preconceito. Professores que acolhem, escutam e cuidam são fundamentais para uma educação transformadora e antirracista, baseada no respeito, na justiça e na humanização das relações escolares.



Módulo 7 – Projeto Final: Prática Avaliativa Integrada (20h)

Para concluir o curso, os professores serão desafiados a construir uma proposta pedagógica que reflita os conhecimentos adquiridos ao longo dos módulos. O projeto final consiste em uma prática avaliativa integrada que pode ser um plano de aula, sequência didática, projeto interdisciplinar ou intervenção escolar com foco antirracista.

A proposta deve contemplar os eixos teóricos e metodológicos discutidos no curso, como a valorização da cultura afro-brasileira e indígena, o combate ao racismo estrutural e institucional, e a promoção da escuta e do pertencimento. O objetivo é que o professor consiga aplicar a teoria na realidade concreta de sua escola e comunidade.

O projeto final terá valor de 20 pontos e será avaliado com base em critérios como coerência teórica, viabilidade prática, clareza na proposta e inovação pedagógica. Também será valorizada a capacidade de articular diferentes áreas do conhecimento e envolver os estudantes como sujeitos ativos no processo.

Para auxiliar na construção do projeto, serão disponibilizados modelos, checklists e tutoriais em vídeo. Além disso, os participantes poderão compartilhar ideias e trocar experiências no fórum do curso, estimulando a colaboração entre educadores de diferentes regiões e contextos.

Essa etapa final busca consolidar a aprendizagem de forma significativa, reconhecendo o professor como protagonista da transformação social. Ao colocar em prática o que aprendeu, o educador fortalece seu compromisso ético com a luta antirracista e se torna um multiplicador de valores humanitários e inclusivos na escola.




Envio do Projeto Final


Olá, professor(a)!

Chegamos à etapa final do nosso curso. Agora é o momento de colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo dos módulos.

Nesta etapa, você deverá enviar seu Projeto Final, que pode ser um plano de aula, sequência didática, projeto interdisciplinar ou proposta de intervenção pedagógica com foco ao tema. O trabalho será avaliado com base nos seguintes critérios:


Clareza e objetividade da proposta;


Coerência com os conteúdos abordados no curso;

Viabilidade e aplicabilidade no contexto escolar;

Criatividade e compromisso com uma educação antirracista.


Orientações importantes:

O projeto deve estar em formato PDF ou Word (.doc/.docx);

O arquivo deve conter:

e-mail;

seu nome completo; 

nome do curso;

carga horária;

escola (se houver) e município.


Esta atividade vale 20 pontos e é obrigatória para obtenção do certificado de conclusão.


Preencha o formulário abaixo com seus dados e anexe o seu projeto:




Caso tenha dúvidas, entre em contato com a equipe pedagógica pelo e-mail: eduplaycursos@gmail.com.

Agradecemos sua dedicação ao longo do curso. Seu compromisso com a educação faz toda a diferença!


Atenciosamente,

Equipe de Formação

EDU PLAY CURSOS 

Eduardo Fernando

Prof. Eduardo Fernando é Mestre em Educação pela Must University, especialista em Metodologias de Ensino Superior e Educação a Distância. Possui formação em Geografia pela Universidade Norte Do Paraná e Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília.

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